Benvindos a ACLA, o destino natural de todo espírito nobre, justo e denodado que morre pela causa em campo de batalha, tais como Augusto dos Anjos, Euclides da Cunha, Emílio de Menezes, Cândido Portinari etc e desfrutam do carinho incondicional de seus fãs ao longo das gerações.Pena que aqui, só entram na horizontal...
sexta-feira, 18 de novembro de 2016
sábado, 30 de julho de 2016
Manoel De Barros Cem Anos * Antonio Cabral Filho - Rj
Manoel De Barros = Cem Anos
vindo de brincar com o tempo
Não posso deixar os amigos leitores de poesia e, sobretudo, de Manoel de Barros, sem a canja do seu centenário. Por isso, lá vai:
1 - Jornal De Poesia
http://www.jornaldepoesia.jor.br/manu.html
2 - Poesia.net
http://www.algumapoesia.com.br/poesia/poesianet061.htm
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sábado, 14 de maio de 2016
Grande Sertão - Veredas: 60 Anos * Antonio Cabral Filho - RJ
60 ANOS DE GRANDE SERTÃO: VEREDAS
http://www.elfikurten.com.br/2016/05/2016-60-anos-grande-sertao-veredas-de.html
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terça-feira, 16 de fevereiro de 2016
O Direito Ao Delírio / Eduardo Galeano * Antonio Cabral Filho - RJ
O Direito Ao Delírio
Eduardo Galeano - Uruguai
Quer mais....
http://pensador.uol.com.br/textos_de_eduardo_galeano/
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"No século vinte e um,
se ainda estamos aqui,
todos nós seremos gente do século passado
e, pior ainda, seremos gente do milênio passado.
Ainda não podemos adivinhar o tempo que será,
sim que temos, ao menos, o direito de imaginar
o que queremos que seja.
As Nações Unidas proclamaram
extensas listas de direitos humanos,
mas a imensa maioria da humanidade
não tem mais que o direito
de ver, ouvir e calar.
Que tal se começarmos a exercer o jamais proclamado
direito de sonhar?
Que tal se deliramos por um tempinho?,
ao fim do milênio,
vamos fixar os olhos mais além da infâmia
para adivinhar outro mundo possível:
O ar estará limpo de todo veneno que não venha
dos medos humanos e das humanas paixões.
As pessoas não serão dirigidas pelo automóvel,
nem serão programadas pelo computador,
nem serão compradas pelo supermercado,
nem serão assistidas pelo televisor.
O televisor deixará de deixar de ser
o membro mais importante da família.
As pessoas trabalharão para viver,
em lugar de viver para trabalhar.
Se incorporará aos códigos penais
o delito de estupidez,
que cometem os que
vivem para ter ou para ganhar,
em vez de viver
por viver e só.
Como canta o pássaro,
sem saber que canta,
e como brinca a criança,
sem saber que brinca.
Em nenhum país irão presos os rapazes
que se neguem a cumprir o serviço militar,
mas os que queiram cumpri-lo.
Os economistas não chamarão nível de vida
ao nível de consumo;
As crianças de rua não serão tratados
como se fossem lixo,
porque não haverá crianças de rua.
As crianças ricas não serão tratadas
como se fossem dinheiro,
porque não haverá crianças ricas.
A educação não será o privilégio
dos que possam pagá-la,
e a polícia não será a maldição
de quem não pode comprá-la.
A justiça e a liberdade,
irmãs siamesas,
condenadas a viver separadas,
voltarão a juntar-se,
voltarão a juntar-se bem grudadinhas,
costa contra costa.
Na Argentina, as loucas da praça de maio
serão um exemplo de saúde mental,
porque elas se negarão a esquecer
os tempos da amnésia obrigatória.
A perfeição,
a perfeição continuará sendo
o aborrecido privilégio dos deuses.
Mas neste mundo,
neste mundo desajeitado e fodido,
cada noite será vivida
como se fosse a última,
e cada dia como se fosse o primeiro."
Eduardo Galeano, Patas Arriba, Buenos Aires, dezembro de 1998
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